Nostalgia
É o seguinte: lá está você, deitado, mergulhado em pensamentos soltos e desconexos. E então começa a tocar uma música. Um pianinho suave, seguido de um pequeno solo, também suave, que agilmente escapa de uma guitarra distorcida.
E pronto, seu estômago se enche de borboletas, seu coração dispara, e você começa a sentir uma saudade louca de um tempo que não passou, em um local que você jamais conheceu, e com uma pessoa que você nunca viu (a não ser em algum sonho perdido e distante...). É angustiante, aflitivo até.
E seus olhos marejam, a primeira e única lágrima escorre por sobre as maçãs do rosto, e você quer desesperadamente encontrar esta época, este lugar e, principalmente, esta pessoa. Mas não sabe nem por onde começar, pois nenhum dos três jamais existiu, apesar de ser praticamente possível sentir o frescor daqueles dias, admirar a vista daquele lugar e amar loucamente aquela pessoa. E esta mistura, nostálgica e sinestésica, te tortura até o limite do suportável, comprime todos os seus órgão internos, te faz querer gritar e sair correndo, largar tudo em busca dessa Passárgada e sua rainha.
Mas, estranhamente, a melodia não sai de sua cabeça...