Thursday, January 25, 2007

Cenas de um cotidiano - I

Ele: Oi amor, tudo bom?
Ela: Agora tudo ótimo! E o que a gente vai fazer hoje?
Ele: Não sei... o que você quer fazer?
Ela: Ah, sou sempre eu que decido, hoje você escolhe.
Ele: Não sei, pode escolher, fazemos o que você quiser.
Ela: Ah não amor, pode ir pensando no que fazer. Eu não vou decidir nada.
Ele: Hmmm... tá bom. Então, vamos começar com um cineminha...
Ela: Cinema? Ah, não to com muita vontade de ir no cinema...
Ele: Tá bom. Então... deixa eu pensar... nossa, tem uma peça muito legal passando naquele teatro perto de casa! É uma comédia com o...
Ela: Ah não, teatro não. Não estou no clima.
Ele: Então vamos começar com um jantar, e no jantar decidimos, tá bom?
Ela: Pode ser...
Ele: Bom, já que você está tããããão animada, vamos naquela cantina que você adora, hoje tem até os violinistas, bem romântico e...
Ela: Ah não, massa não. Comi massa no almoço.
Ele: Então uma lanchonete? Tem aquela que abriu agora, super-cotada na revist...
Ela: Lanche engorda.
Ele: E massa não?
Ela: Como?
Ele: Esquece. Já sei. Vamos esquecer essas coisas todas. A gente vai pra minha casa, eu faço aquele jantarzinho no capricho, coloco a nossa música, dançamos coladinhos um no outro, depois colocamos aquele colchão na sala, eu te faço aquela massagem que só eu sei fazer, e...
Ela: Eu sabia! Eu sabia! Você só pensa nisso!
Ele: Oi?
Ela: Vocês são todos iguais! Nenhum presta!
Ele: Eu? Como é que é? Escuta, então escolhe você a droga do programa que a gente vai fazer hoje!
Ela: Mas sou sempre eu quem tenho que escolher!
Ele: Por que será?
Ela: Então vamos pra droga do seu cinema.
Ele: Não precisa ser assim também.
Ela: Vamos logo.
Ele: Tem certeza?
Ela: Tenho.
Ele: ...
Ela: O que foi?
Ele: Certeza que não prefere a opção de ir pra minha casa? Eu faço o jantar e...
Ela: Pro cinema. E a gente vai ver o filme que eu quiser.
Ele: ...