Sunday, May 20, 2007

Foi como se fosse uma explosão de uma super-nova. Em segundos, a terra do conto de fadas sumiu, se desintegrou, sem aviso-prévio.

E sobrou a realidade.

E ele começou a conhecer melhor essa tal realidade. E teve que fazê-lo a pé, pois pela primeira vez seus pés tocavam o solo. O vôo, tão natural em seu mundo de magia, era algo impensável. E ele logo se cansou. Logo se cansou de caminhar. E resolveu se sentar em uma livraria, tomar um café e ler alguma coisa. Pegou um dicionário (porque diabos um dicionário?) e começou a folheá-lo. E deu por falta de uma palavra.

Não achou a palavra respeito.

Todo o resto estava bem parecido com o que havia em seu mundo. Mas não havia respeito. E ele começou a se perguntar como pode haver uma sociedade, como pode haver casais, como pode haver amizade, sem respeito? Por que alguém cortaria respeito do dicionário?
E, aos poucos, ele começou a perceber que havia uma necessidade enorme de respeito nesse mundo chamado realidade. E ele, naturalemente, começou a se achar um alienígena em meio àquele caos todo de promessas quebradas, traições, violências físicas e morais, descaso total pelo próximo... coisas que aquela palavra simples evitaria. Mas a sensação era a de que só ele sabia o significado de respeito.

E isso o deprimiu terrivelmente.

E ele se fechou. E se trancou. E só saiu de lá quando esqueceu que aquela palavra existia, e pode enfim se sentir como parte de algo novamente. Infelizmente...